Patrimônio Imaterial Brasileiro
A celebração viva da cultura dos povos
A exposição é uma mostra interativa que apresenta os 380bens culturais registrados como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), sendo que cinco deles foram declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Com ambientes ricamente cenografados e textos didáticos, que permitem a compreensão do público sobre a importância desses bens para a cultura do país, a mostra Patrimônio Imaterial Brasileiro – A Celebração Viva da Cultura dos Povos tem curadoria de Luciano Figueiredo e direção de arte de Ronald Teixeira. A exposição apresenta um recorte dos 38 patrimônios culturais declarados pelo Iphan, divididos em quatro categorias - Saberes, Lugares, Celebrações e Formas de Expressão.
Para o curador, Luciano Figueiredo, a mostra permitirá o acesso do público a conhecimentos restritos antes às comunidades que, por exemplo, produzem as panelas de barro para fazer moqueca. Terá, ainda, informações sobre as bonecas Karajás, o acarajé, festas religiosas ou mesmo a importância de uma cachoeira mítica.
A mostra, que desde 2014, já passou pelos espaços culturais da CAIXA nas cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Recife, São Paulo e Brasília, realizou também uma temporada na Casa Brasil, durante o período das Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016. A exposição já alcançou a impressionante marca dos 765.000 visitantes.
Fazem parte da mostra, os bens imateriais registrados no Brasil em âmbito nacional: o Ofício dos Mestres de Capoeira e a Roda de Capoeira. Regionalmente, o Teatro de Bonecos do Nordeste, o Cassimiro Coco, no Maranhão e Ceará; João Redondo e Calunga, do Rio Grande do Norte; Babau, da Paraíba; e Mamulengo, de Pernambuco. Do Amapá, a Arte Kusiwa - pintura corporal e arte gráfica Wajãpi. Do Amazonas, a Cachoeira de Iauaretê – lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri – e o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. Da Bahia, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano e a Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim. Do Espírito Santo, o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras.
De Goiás, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis. Junto com Tocantins, Goiás compartilha os patrimônios Rtixòkò - expressão artística e cosmológica do Povo Karajá – e os Saberes e Práticas Associados aos Modos de Fazer Bonecas Karajá. Do Maranhão, o Complexo Cultural do Bumba-meu-Boi do Maranhão e o Tambor de Crioula do Maranhão. Minas Gerais contribui para o patrimônio imaterial com o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro e serras da Canastra e do Salitre, o Toque dos Sinos e o Ofício dos Sineiros. Minas Gerais divide com São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, o Jongo do Sudeste.
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm registrado como bem cultural o Modo de Fazer Viola-de-Cocho. E, somente, o Mato Grosso registra o Ritual Yaokwa do Povo Indígena EnaweneNawe. No Pará, fazem parte do patrimônio o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, as Festividades de São Sebastião na Região do Marajó, o Carimbó e o Modo de fazer Cuias no Baixo Amazonas. No Paraná e São Paulo, compartilham o Fandango Caiçara. Em Pernambuco, a Feira de Caruaru, o Frevo, o Maracatu Nação, o Maracatu de Baque Solto e o Cavalo Marinho. No Piauí, a Cajuína. No Rio Grande do Norte, a Festa de Sant'Ana de Caicó.
O Rio de Janeiro também marca presença com a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty e as Matrizes do Samba no Rio de Janeiro - partido alto, samba de terreiro e samba-enredo. Sergipe tem o Modo de Fazer Renda Irlandesa. E o Rio Grande do Sul completa a lista com a Tava, lugar de referência para o povo Guarani.
O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, a Arte Kusiwa - pintura corporal e arte gráfica Wajãpi, Frevo, Círio de Nossa Senhora de Nazaré e a Roda de Capoeira são os bens reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
O que é Patrimônio Imaterial Cultural
Durante 15 anos, o Iphan tem registrado patrimônios imateriais brasileiros. O conceito estabelecido pelos artigos 215 e 1216 da Constituição Federal de 1988, é composto de bens de natureza material e imaterial, incluídos aí os modos de criar, fazer e viver dos grupos formadores da sociedade brasileira. Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas e nos lugares, tais como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas.
A definição se alinha à Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo Brasil em 1° de março de 2006, e define como patrimônio imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural".
Ficha Técnica
Curadoria
Luciano Figueiredo
Direção de Arte e Cenografia
Ronald Teixeira
Design de Luz
Adriana Milhomem
Assistente de Cenografia
George Bravo
Fotografias e Vídeos
Acervo Iphan
Design Gráfico
Leonardo Calvão
Tratamento de Imagens e textos
Ivison Spezani
Coordenação de Produção
Luiz Prado
Apoios
Iphan
Museu do Índio
Museu do Círio
Secretaria de Cultura do Maranhão
Secretaria de cultura de Barbalha - CE
Fundação Cultural de Paranaguá
Temporadas
Caixa cultural Rio de Janeiro
21 de Maio a 20 Julho 2014
Caixa cultural Fortaleza
21 Agosto a 26 Outubro 2014
Caixa Cultural Salvador
18 Dezembro 2014 a 08 Fevereiro 2015
Caixa Cultural Recife
23 Abril a 31 Maio 2015
Caixa Cultural São Paulo
25 Julho a 20 Setembro 2015
Caixa Cultural Brasília
27 Janeiro a 27 Março 2016
Casa Brasil - Pier Mauá
Olimpíadas Rio 2016
04 Agosto a 18 Setembro 2016