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Solfejo

Exposição imersiva faz com que público amplie a perspectiva sobre os sons – instalações trazem cheiros, formas, músicas, vídeos e textos que fazem referência a diversas expressões da musicalidade presentes no cotidiano

 

Redes de deitar que badalam sinos; camas com tubos que emitem sons harmônicos; um neon com um verso da músicaDivino Maravilhoso, de Caetano Veloso, e um cheiro de alecrim que remete à canção Tanto Mar, de Chico Buarque, integram a exposição Solfejo, realizada entre Março e Junho de 2019 no Centro Cultural Fiesp. Trata-se de uma reunião de 29 peças, entre obras e instalações de Felippe Moraes, sendo13 delas inéditas e criadas especialmente para a mostra. 

A nova mostra de Moraes exibe um recorte de sua produção artística, que lida com noções de som e música. Formada por obras inéditas e outras já consagradas em seu repertório, a exposição apresenta trabalhos de grande porte, com estruturas de aço e processos técnicos, como afinação acústica e construções especializadas.

O nome Solfejo é uma referência à escala tonal, representada pela partitura, as imagens que possibilitam ao estudante“ler” a música que será executada – proposta que coincide com os objetivos de Felippe Moraes. “Os trabalhos são dispositivos para mostrar coisas que acontecem, mas não são vistas”, explica.

A pluralidade de materiais e recursos usados nas obras faz com que Solfejo proponha o máximo de experiências sensoriais com obras imersivas, como Intervalo Harmônico, formada por camas com tubos sonoros nas laterais que emitem pares de notas musicais harmônicas entre si; e Composição Aleatória, uma sequência de oito redes de descanso que, ao serem movimentadas, acionam o som de um sino – obra que reforça a importância do indivíduo num contexto de coletividade e permite a composição de uma música em grupo. 

Já a série Desenho Sonoro, criada em 2014, registra o efeito causado pela vibração de diferentes sons sobre uma placa de metal com areia. Os padrões foram captados pelo próprio artista em uma série de fotografias em grande escala.

Com tamanhos e suportes acessíveis a pessoas de todas as estaturas, como camas, redes e tubos mais baixos, a mostra também pode ser aproveitada/acessada por crianças. Moraes reforça que a ideia de usar elementos lúdicos desperta a criança que está dentro dos adultos. "É neste sentido que a exposição dialoga também com o público infanto-juvenil."

Ciência, natureza e espiritualidade

O artista conta que sua produção se direciona para temas que unem ciência, natureza e espiritualidade: “Eu lido com o que nos ultrapassa, com o que não tem um vocabulário específico para se descrever”.Sobre esse aspecto da sua obra, Felippe Moraes complementa que o que o interessa é a relação íntima entre a sua prática artística, a razão e o espiritual, visto que esses campos estão lidando com os grandes mistérios do universo e que, a partir do momento em que a ciência não dá conta de determinados fenômenos, emerge uma transcendência com narrativas mitológicas, religiosas e outros recursos que procuram dar sentido ao que não tem resposta.

“A espiritualidade está sempre um passo adiante na tentativa de criar explicações para o que o conhecimento racional ainda não responde – um alimenta o outro e ambos também se confrontam”, diz o artista. Para ele, Solfejo lida justamente com o revelar dos padrões invisíveis, com o que acontece ao redor, mas não é percebido. “A revelação desses fenômenos abre a percepção para experiências sensoriais, transcendentais e mitológicas”, completa.

Para o artista, que comemora este ano 10 anos de carreira, a mistura de obras do passado e do presente cria novas compreensões sobre os trabalhos mais antigos e estes acabam por alimentar os mais recentes. 

www.felippemoraes.com

Ficha Técnica

Artista

Felippe Moraes

 

Curadoria

Julia Lima

Coordenação geral

Luiz Prado

 

Curadoria do educativo

Giovanna Puerto Carlin

 

Projeto

Felippe Moraes e Luiz Prado

 

Expografia e cenografia

Felippe Moraes

 

Consultoria acústica e preparação das peças sonoras

Andrea Spada

 

Coordenação de montagem da cenografia

Adriana Milhomem / Luz em formas

 

Cenatocnia

FR Cenografia

 

Montagem e pintura

Filadelfo dos Santos Farias

Elson Sanches Rosa

Jean Felipe Serpa Farias

Bruno dos Santos Santana

Rivaldo dos Santos Farias

 

Design de luz

Adriana Milhomem / Luz em formas

 

Produção local

Leiza Maria

 

Revisão de Textos

Julia Lima

 

Programação visual

Felippe Moraes

 

Impressão de fotografia

RCS Digital

 

Molduras

Caprichos Molduras

Assessoria de Imprensa

M. Fernanda Teixeira - Arteplural

 

Produção Executiva

Luiz Prado

 

Assessoria jurídica e contábil

LCG Assessoria Contábil

 

Produção

LP Arte Soluções Culturais

Temporada​

Centro Cultural Fiesp

03 de Abril a 30 de Junho 2019

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