Um Autorretrato Cubano
do fotógrafo José Alberto Figueroa
Pela primeira vez no Brasil, fotógrafo cubano José Alberto Figueroa ganha retrospectiva histórica
Pela primeira vez no Brasil, o trabalho do fotógrafo cubano José Alberto Figueroa ganha retrospectiva histórica com 69 fotografias. A exposição inédita “Um Autorretrato Cubano” do fotógrafo José Alberto Figueroa, com curadoria da filha, a crítica de arte e curadora Cristina Figueroa (Estudio Figueroa – Vives, Havana). realizou temporadas nas cidades de São Paulo e Brasília
Conhecido por registros que ilustram questões sociais e políticas de Cuba, Figueroa é considerado um dos precursores da fotografia conceitual, tanto em seu pais de origem como em toda a América Latina. Em sua obra, o fotógrafo mostra seu olhar sobre frases históricas de país, desde os primórdios da Revolução Cubana, quando pôde acompanhar mudanças sociais significativas e controversas, até os tempos atuais.
Nascido em 1946, Figueroa se formou em fotografia na década de 60, quando já trabalhava como assistente no estúdio de Alberto Korda, especializando-se em publicidade e moda. Com tempo, passou a desenvolver uma carreira versátil, atuando, inclusive, como correspondente de guerra em Angola.
A exposição reúne trabalhos que vão da década de 60, quando começou a carreira no estúdio de Alberto Korda (1928-2001) - fotógrafo cubano que se tornou mundialmente conhecido por Guerrillero Heroico, retrato que fez de Che Guevara - até os dias atuais. Discípulo e amigo de Korda, Figueroa passou a fotografar elementos que representavam as reivindicações de sua geração. O ensaio Exílio, realizado a partir 1967, é bastante representativo deste período, já que retrata o processo exaustivo da migração de cubanos para os Estados Unidos.
“A obra de Figueroa é vasta e plural, gerada ao longo de seus 50 anos de carreira, tanto em Cuba como internacionalmente.
O recorte curatorial da exposição abrange uma visão mais cronológica das circunstâncias históricas que tocaram Figueroa e representam frustrações, esperanças e utopias da sociedade cubana”, conta a curadora e crítica de arte Cristina Figueroa.
Um Autorretrato Cubano está dividido em quatro seções que marcam diferentes momentos da carreira de Figueroa, fotógrafo precursor na transição da fotografia documental para a simbólica/conceitual tanto em Cuba quanto em toda a
América Latina. O artista é conhecido por ter explorado importantes fases históricas do seu país, desde os primórdios do triunfo da Revolução Cubana – quando era um jovem fotógrafo de uma família classe média que enfrentou mudanças sociais dramáticas - até os tempos atuais, momento em que muitos cubanos estão divididos entre a saudade do passado, as frustrações do presente e uma perspectiva incerta sobre o futuro.
Seções da exposição Um Autorretrato Cubano
Seção 1. Uma história pessoal. Décadas de 60 e 70
Esta seção é composta por fotografias do início da carreira de Figueroa nos Studios Korda e as séries A Outra Face da Revolução e Exílio, em que o artista registrou o êxodo familiar de Cuba para os EUA no começo da Revolução. Mais tarde, na década de 70, Figueroa começou a trabalhar como repórter fotográfico da revista Cuba Internacional e viajou pelo país registrando a outra face do Interior durante a inserção da sociedade cubana no modelo socialista.
Seção 2. Havana, Angola, Berlim. The fallen dreams. Décadas de 80 e 90
Esta seção inclui a viagem de Figueroa a Angola como correspondente de guerra (1982-1983) e do outro lado da guerra através dos rostos dos cubanos. Isso também pode ser notado em seu trabalho no Hospital Psiquiátrico de Havana e nos retratos de seus compatriotas. A década de 1980 foi para Figueroa o momento de transição de um país sonhado para uma realidade diferente nos anos noventa durante os anos dramáticos do chamado Período Especial em Cuba, iniciado em 1990, após a queda do regime socialista europeu. Figueroa também foi testemunha do colapso físico e moral do muro de Berlim no verão de 1990. Suas obras da década de 1990 têm uma semelhança com a vida dos habitantes de seu país: o exercício constante de introspecção.
Seção 3. Imagens atemporais
Inclui imagens icônicas de diferentes séries de Figueroa que refletem a manipulação de ícones nacionais. A bandeira cubana, o herói nacional José Martí (criador do Partido Revolucionário Cubano - PRC) e Ernesto Che Guevara fazem parte dessa pesquisa.
Seção 4. Figueroa no século 21
Constam projetos relacionados com a necessidade urgente de olhar para trás, para a sociedade e história cubana, a fim de encontrar respostas para o futuro incerto do novo século. Séries como Nova York, 11 de setembro de 2001, Figueroa em Figueroa e o relacionamento Cuba-EUA fazem parte de sua busca nesse período. Este é também o momento em que Figueroa começa a usar cor e o digital em seu trabalho.
Ficha Técnica
Idealização
Estudio Vives - Figueroa
Curadoria
Cristina Figueroa
Coordenação geral
Luiz Prado
Design de luz
Adriana Milhomem - Luz em Formas
Montagem
Wagner Almeida
Design gráfico
Redson Silva
Produção local
Leiza Maria
Assessoria de imprensa
ArtePlural Comunicação
Realização
LP Arte Soluções Culturais
Temporada
Caixa Cultural São Paulo
10 Janeiro a 04 Março 2018
Caixa Cultural Brasília
07 Junho a 19 Agosto 2018